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Atualizado em: 
qua, 27/09/2017 - 09:35

Neste 8 de março, quando o mundo inteiro comemora o Dia Internacional da Mulher, a Dataprev inicia uma série de reportagens especiais sobre as trabalhadoras da empresa, que hoje são 1.303 em um universo de 3.956 empregados. A primeira delas é Fernanda Bruno, formada em Ciência da Computação, com mestrado em Big Data.

Neste 8 de março, quando o mundo inteiro comemora o Dia Internacional da Mulher, a Dataprev inicia uma série de reportagens especiais sobre as trabalhadoras da empresa, que hoje são 1.303 em um universo de 3.956 empregados.

A  inserção feminina no mercado de trabalho foi um dos fatos mais importantes do século passado. Desde lá, ela só avança. Em 1976, o contingente feminino na População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil era de 29%; em 2007, atingiu mais de 40%. Dados do IBGE também mostram que a média da escolaridade das mulheres (7,3 anos) era dez anos superior a dos homens (6,3 anos). É consenso que pessoas  com maior nível de escolaridade, independentemente do gênero,  têm mais oportunidades no mercado de trabalho.

Estudos recentes também indicam uma significativa melhora nas diferenças salariais das mulheres se comparadas com os ganhos dos homens. Apesar disso, ainda hoje, 8 de Março de 2016 — Dia Internacional da Mulher —, a realidade mostra que a principal atividade do contingente mais importante das trabalhadoras brasileiras é o serviço doméstico remunerado, exatamente o de  menores rendimentos.

No âmbito das carreiras consideradas masculinas, levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, revela um percentual feminino ainda menor.  Elas são apenas 20%  entre os  580 mil profissionais de TI.  Nos Estados Unidos,  são  25%.

O mesmo Censo aponta um universo de apenas 15% das mulheres em cursos relacionados a carreiras de TI. Já os salários são 34% inferiores aos dos homens, percentual que aumenta para 65% em casos gerenciais.

A trajetória pessoal da analista de TI Fernanda Bruno (foto à dir.), que se formou em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com mestrado em Big Data, e hoje integra o Departamento  de Arquitetura Técnica (DEAT) na Dataprev, reflete outro dado da mesma pesquisa do IBGE, desta vez sobre o ingresso das mulheres em cursos relacionados à TI: 79% abandonam a faculdade ainda no primeiro ano. Ela conta que aprendeu muito sobre o preconceito contra as mulheres na faculdade. Antes, segundo ela, sua trajetória de moleca que até hoje coleciona bonecos de filmes de ação (actions figures) impedia que visse as diferenças de tratamento.

"A minha capacidade foi muito questionada durante a minha graduação. No mestrado, não, talvez pelo fato de os professores serem mais jovens. Algumas colegas não aguentaram e desistiram no meio do caminho", lembra, destacando que, na sua turma, só havia seis mulheres.

O curioso é que as mulheres foram as pioneiras nos cursos de tecnologia criados no Brasil, eram a maioria. A PUC-Rio foi a primeira universidade do país a criar um Departamento de Informática, em 1960. A Unicamp lançou o Bacharelado em Ciência da Computação, o primeiro curso de nível superior, em 1968.  O Instituto de Matemática e Estatística da USP abriu vagas para o mesmo curso em 1974. Por que, então, as mulheres abandonaram as trincheiras das universidades? Alguns acadêmicos explicam que as mulheres estudavam tecnologia quando a profissão era nova e  ainda não dava dinheiro. Quando a formação nessa área se tornou valorizada, os homens passaram a buscar essas cadeiras.

"Pensei que o mercado de trabalho era uma extensão do que vivi na faculdade. Mas, embora haja sempre um pouco de preconceito, sempre dei sorte no trabalho, meus chefes sempre me orientaram e incentivaram, especialmente aqui na Dataprev", diz ela,  acrescentando não ver diferença de tratamento entre os homens e as poucas mulheres que trabalham na área de Infraestrutura de TI.
 
Fernanda trabalha no prédio da Dataprev em Botafogo, no Rio de Janeiro. Foi em um pequeno espaço na sala 904 do Edifício Waldir Pires que, após desafiar os professores, se formar e, de quebra, fazer mestrado, que ela criou um aplicativo de Data Discovery, com indicadores sociais construídos a partir de dados referentes a casamentos, nascimentos e óbitos, enviados ao Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc)  por 2.549 cartórios brasileiros. "Eu me espelho muito no caráter das mulheres fortes que conheci e que vejo pela Dataprev. Elas me inspiram respeito e busca de desenvolvimento pessoal".